frase dita no calor da noite

NADA QUE O AR DESTA RUA NÃO RESOLVA

caricaturas de cidades

Porto Alegre é o encontro contraditório dos olhares voltados pra dentro;

Florianópolis é a soma ainda precária dos olhares que veem de fora.

nas margens

Porto Alegre ou qualquer cidade,
cidade da sua escolha e suas margens,
seus habitantes nunca vistos ou pensados -
riquezas de gente por todos os lados.

Bares despojados, galerias populares e comércios  ultrapromocionais
em tempos de natal.

Voltas na quadra das ruas movimentadíssimas:
contornar o quarteirão como quem dá a volta ao mundo em quinze minutos
de surpreendentes novidades.

Cervejas pra se beber ao sol do dezembro com o adjetivo aberto pra sempre.

Baronda (1968-2010)



autor desconhecido



Símbolo de uma outra Capão da Canoa; de outras formas de vivenciar aquelas praias tão discretas e desgraciosas sob o ponto de vista da natureza, mas que, de resto, foram as nossas portas de entrada para esta força tão gigantesca que é o mar.

Recordo as nossas caminhadas pela praia desde a plataforma de Atlântida até os arredores do Baronda, já em pleno centro de Capão da Canoa.

Assim como as marcas inúmeras de nossos passos  naquelas areias, agora o Baronda também virou pura lembrança.

perguntinha básica

"Onde está o planejamento urbano para além do negocismo imobiliário?"

Fernando de Barros e Silva

série escadarias urbanas (5)

Foto de Antônio Augusto

Escadaria do Centro de Florianópolis que liga a rua Trajano à Igreja do Rosário.

convocação aos caminhadores

Pra caminhar qualquer paralelepípedo é um trampolim.

série escadarias urbanas (4)

Fotos de Antônio Augusto

Esta é a minha escadaria arquetípica, a partir da qual todas as outras vieram. Situada do outro lado da Avenida Independência, quase defronte de onde morávamos. Faz a ligação da artéria mais movimentada do bairro com uma das ruas mais tranquilas da região, a André Puente. Muitas vezes, quando íamos para a direção do Bairro Floresta, fazia questão de passar por seus degraus.

Quando eu era muito criança, a ponto de ter apenas uma vaga lembrança do lugar, havia uma casa de sopas ali. Lembro do cheiro e da luminosidade daquele ambiente. Depois, já no final dos anos oitenta, passou a ter uma locadora de filmes no segundo andar do prédio-escadaria, mas para o lado da Avenida Independência. (Também guardo memória do perfume aromatizante que existia naquela salinha apertada).

Imagino que hoje em dia poucas pessoas, além daquelas que usufruem os serviços da galeria, passem por ali. Mas a ideia de escadaria, e do fluxo possível e diário de vidas e suas histórias, quem me transmitiu foi ela.