De hidrantes não se diz nada - é ao redor que ao olhar convida. Milhares de anos e tudo poderia -e pode - ficar ali, parado, num mundo que se acelera na mesma medida em que perde movimento. Tal qual estalagmites encarnadas de uma caverna densa e poluída, o hidrante está aí pra transmitir o caráter encantatório das coisas tidas como desprezíveis e pequenas. Pensando bem, é bom que nada se diga a seu respeito. A anonimidade é ainda a maior das verdadeiras garantias.
Incorro no vício da citação e do argumento de autoridade. Mesmo assim, penso que todo vício quando moderado e bem feito, salva-nos da do enfado ético que todo bom-mocismo, de alguma forma, tenta em vão disfarçar. Cito, pois, Borges numa palestra em que discorria acerca do místico e heresiarca Swedenborg: "The smallest things, Thomas De Quincey - who was a reader of Swedenborg - would write, are secret mirrors of the greatest". Para atenuar o pedantismo da tradução inglesa de uma autor de língua muito próxima da nossa, ofereço a minha tradução capenga e deselegante de outra protegida pela força inegável do inglês: "As menores coisas, Thomas De Quincey - que era leitor de Swedenborg - escreveria, são secretos espelhos das maiores".
2 Comments:
De hidrantes não se diz nada -
é ao redor que ao olhar convida.
Milhares de anos e tudo poderia -e pode - ficar ali, parado, num mundo que se acelera na mesma medida em que perde movimento.
Tal qual estalagmites encarnadas de uma caverna densa e poluída, o hidrante está aí pra transmitir o caráter encantatório das coisas tidas como desprezíveis e pequenas.
Pensando bem, é bom que nada se diga a seu respeito. A anonimidade é ainda a maior das verdadeiras garantias.
Incorro no vício da citação e do argumento de autoridade. Mesmo assim, penso que todo vício quando moderado e bem feito, salva-nos da do enfado ético que todo bom-mocismo, de alguma forma, tenta em vão disfarçar.
Cito, pois, Borges numa palestra em que discorria acerca do místico e heresiarca Swedenborg: "The smallest things, Thomas De Quincey - who was a reader of Swedenborg - would write, are secret mirrors of the greatest". Para atenuar o pedantismo da tradução inglesa de uma autor de língua muito próxima da nossa, ofereço a minha tradução capenga e deselegante de outra protegida pela força inegável do inglês: "As menores coisas, Thomas De Quincey - que era leitor de Swedenborg - escreveria, são secretos espelhos das maiores".
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